O gesso é uma ferramenta importante no manejo de vários tipos de fraturas. E a história do gesso é a quase a história da prática ortopédica.
Gessos e talas têm sido aplicadas há milhares de anos. O primeiro método remonta de 3.000 a.C., quando os antigos egípcios usavam talas de madeira feitas de casca de árvore envolta em linho para apoiar membros quebrados. Eles também usavam bandagens rígidas, provavelmente derivadas de seu vasto conhecimento de técnicas de embalsamamento.
Os antigos hindus usavam talas de bambu para o mesmo propósito. Mais tarde, no ano 30 d.C., um enciclopedista romano chamado Celsus, descreveu uma técnica usando talas e bandagens endurecidas com amido de milho para tratar fraturas. Além disso, os antigos gregos usavam ceras e resinas para endurecer as ataduras, e a cal derivada de conchas e claras de ovos era usada pelos médicos árabes.
Em 970 d.C., em seu livro de farmacologia, o persa Abu Mansur Muwaffak aconselhava que os membros com lesões ósseas fossem revestidos com gesso. Essa técnica consistia em despejar gesso líquido sobre o membro em uma calha.
No século XII, moldes feitos de clara de ovo e farinha eram recomendados pela escola italiana de Salerno. Os europeus medievais adicionaram gordura animal à mistura.
Durante o século 16, o cirurgião francês Ambrose Pare fez moldes de cera, papelão, pano e pergaminho que endureciam à medida que secavam.
Foi Antonius Mathijsen em 1851 que desenvolveu a primeira imobilização gessada. Ele usou materiais grosseiros como linho esfregado em gesso, que foi então umedecido com uma esponja ou pincel úmido e esfregado à mão até endurecer. Ele alegou que esse método era simples, rápido e não exigia assistência. Ele também apontou que a bandagem fornecia um ajuste exato e poderia ser cortada ou aberta para proporcionar alívio quando necessário.
Mais tarde, na Rússia, Nikolai Ivanovich Pirogov desenvolveu seu próprio método de bandagens de gesso, que consistia em embeber panos grossos em uma mistura de gesso imediatamente antes da aplicação e proteger os membros com meias ou almofadas de algodão. Ele usou madeira para reforçar curativos grandes.
Devido às complicações das talas de gesso, incluindo irritação da pele, macerações, ulceração, infecção e alergia, os cirurgiões tentaram encontrar outras alternativas.
Hoje em dia, existem materiais sintéticos como malha de fibra de vidro impregnada com poliuretano ou termoplástico, que são mais leves e secam mais rápido, mas não podem ser moldados para fazer um ajuste confortável e, portanto, podem ser menos confortáveis. Porém, devido ao custo mais elevado não está disponível para maior parte da população.
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Doi: 10.1007/s00264-016-3179-2
Dr Fillipe Agra de Oliveira Cosme
Ortopedista e Traumatologista
Cirurgião do Ombro e Cotovelo
CRM/PB 16.015